Tudo é Saga: (Auto) Publicação do Meu Primeiro Livro.

Publiquei a versão digital, finalmente. Estou tão feliz de ter conseguido 🥳. Não achei o processo fácil, talvez porque estava aprendendo. Espero que o segundo seja mais rápido.

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Levei umas duas semanas entre começar a formatar a versão física – que ainda não disponibilizei – e fazer o upload do artigo para o ebook na primeira plataforma. Só levei esse tempo todo porque houve uma semaninha disfuncional por conta de uma crise de depressão no meio do caminho. Muita insegurança e outras emoções daninhas se intrometendo na estória 😶‍🌫️.

Mas consegui, é o que importa.

Por algum motivo fraudulento que não me recordo, comecei pela diagramação do manuscrito para criar o arquivo de publicação da versão física. Não tinha muita ideia das melhores práticas, então assisti ao curso ‘Como publicar sua brochura com o Amazon KDP’ no Skillshare. Há vários cursos de diagramação, mas esse da Mallory Cywinsk ensina como fazê-la no Word e é bem explicado.

Pra quem não sabe, KDP – Kindle Direct Publishing – é a plataforma de publicação direta do Kindle, o leitor de ebook da Amazon.

Foi bastante trabalhoso. É uma mão-de-obra e dá um dorzinha de cabeça encaixar tudo direitinho. Confesso que fechei os olhos para um regrinha ou outra, mas acredito que o resultado final ficou bom.

Amei o ícone do gatinho que eu criei para colocar no começo dos capítulos 😍. Só na versão física, o ebook não deixou inserir.

Ah, lembrei porque comecei pelo livro físico: queria encomendar algumas cópias para mim, para amigos, e para enviar para a Biblioteca Nacional para fins de registro de direitos autorais. O texto já está registrado na CBL, mas, depois da ameaça de ter meu conteúdo roubado por uma freelancer inescrupulosa, é bom deixar registrado nos dois lugares.

O problema foi quando eu descobri que a Amazon/Kindle só entrega livro físico auto-publicado no Brasil por distribuição extendida. Parece que ela não tem parceria com gráficas sob demanda aqui e envia de fora, tornando o livro ridiculamente caro e inviável. Fiquei deprimida porque já tinha passado vários dias trabalhando no arquivo e queria muito ter nas mãos meu livrinho de papel…

Mas bola pra frente. Ainda estava me sentindo muito insegura pelo excesso de informação que encontrei no Google sobre como publicar um livro. Criei vergonha na cara e, ao invés de procurar por um vídeo rápido que me mostrasse o caminho sem esforço, assisti à aula ‘Masterclass: Escrever, Formato, distribuir e comercializar seu livro’, também no Skillshare. É um curso de quase 3 horas onde a professora, Rebbeca Wilson, explica desde a anatomia de um livro digital até anúncios pagos (marketing). Também fala sobre a Kobo.

A Amazon/KDP é a maior no mundo, então não dá pra deixar de publicar lá. No entanto, há outras plataformas menores, inclusive nacionais, que listam livros de graça. Meu primeiro livro – The Anyones Part I – foi ‘sabiamente’ escrito em inglês e não adianta muito para mim as plataformas nacionais, mas quando traduzir, vou disponibilizar nelas também.

Usei o Kindle Create mesmo para formatar o ebook e no final deu certo. Fiquei mais confiante, porém…

Essas plataformas são como grandes lagos de águas escuras e, sem uma boa estratégia de divulgação que deve ser iniciada antes mesmo do lançamento, o seu livro afunda rapidamente e desaparece. Centenas, milhares talvez, de livros são lançados todos os dias. Se não houver vendas e (muitos) reviews logo de cara, a plataforma joga sua obra no fundo do lago. The Anyones Part I está lá 😭. Não por muito tempo, hei de resgatá-lo o mais breve possível 💪🏻.

Livro no site da Kobo/Rakuten
A Rakuten/Kobo foi a primeira a listar, levou somente algumas horas, mas só dá para comprar pelo site canadense. O preço lá é convertido do dólar e nada atrativo no mercado brasileiro🫣.

Poucos dias depois do lançamento, descobri que havia uma outra autora com o mesmo nome. Parece que ela publica estórias eróticas na Amazon. Eles relacionaram o meu livro com essa autora e o esconderam das buscas normais. Resolvi trocar o nome, agora sou Mizz Mary. Não achei ruim, sempre quis ter um pseudônimo, acho chique 😏.

A Amazon levou dois dias para listar. Até na Apple Books foi mais rápido. Aqui ainda está com o nome que achei melhor alterar.

Antes de Iniciar o Processo de Publicação

Claro que antes de publicar, fiz o melhor que pude para editar o texto e arrumar uma capa legal. Ia adquirir o ISBN, mas desisti para a versão digital por enquanto.

Boa parte da edição foi tensa. Contando apenas com um pequeno orçamento e um grande medo de ter meu trabalho roubado, dividi-o em três partes. Enviei dois terços para editores diferentes, mas, infelizmente, só tive condição de contratar aqueles que ofereciam serviços com baixo preço.

O outro terço do texto trabalhei ao vivo com professores de inglês online. Esse método foi ótimo, produtivo, mas muito lento.

Dos três editores que contratei no Fiverr, uma ameaçou publicar meu conteúdo caso eu não a recontratasse. Eu havia cancelado o pedido por que ela atrasou além da conta e exigiu que eu prolongasse o prazo para me entregar o artigo editado.

“Se você não encomendar meu serviço de novo, eu vou publicar o livro como meu, já que você contratou outra pessoa”

A freelancer seguinte ficou pedindo, praticamente exigindo, avaliação e gorjeta depois da entrega. Escrevi uma avaliação ‘super valorizada’ por receio que ela também fosse me ameçar, mas não me senti na obrigação de pagar mais por um trabalho que nem sequer estava bom. Ela pediu meu contato de whatsapp e continou mandando mensagens com indiretas (por causa da gorjeta). As mensagens só pararam quando a denunciei na plataforma e pude finalmente bloqueá-la.

Ao analisar os documentos que cada um deles ‘editou’, percebi que nenhum dos três sequer leu o texto. A única coisa que fizeram foi aceitar as sugestões de um programa de inteligência artificial chamado Grammarly. Eu sei porque eu mesma usei esse programa antes de enviar cada arquivo.

O programa ajuda mas não substitui o olhar humano. Como toda inteligênica artificial, não é perfeito e várias sugestões são equivocadas. Sem falar que nenhum corretor automático detecta todos os erros. Pois bem, o texto ‘editado’ que os ‘profissionais’ me devolveram continham todas as sugestões errôneas que eu havia dispensado quando rodei o Grammarly. Um monte de frase ficou sem sentido, expressões fora de contexto, e outros erros que eu não havia visto antes e o programa não detectou continuaram lá. Dinheiro jogado fora, não aproveitei nada.

Foi uma grande lição. Bons editores e revisores agregam muito ao trabalho do escritor, mas, se você não tem a condição financeira para contratar um profissional de verdade, é melhor ficar sem.

A parte mais divertida, além de escrever o livro, foi criar a capa. Não tinha orçamento para contratar um capeiro profissional e não consegui me agradar de nada que fiz no Canva nem no criador de capas da própria Amazon/KDP. O jeito foi desenhar uma do zero.

Assisti dois cursos, advinha onde? Sim, no Skillshare. O primeiro foi o ‘Lettering ilustrado: crie uma capa de livro com Jessica Hische’, e o outro ‘Crie uma capa de livro de fantasia no Procreate’ da Doni Waikel. Pode não ter saído com a qualidade profissional de um designer experiente, mas eu achei lindinho e fiquei contentinha com o resultado😁. Enfim, nada é imutável. Tenho mais dois cursos de design de capas para assistir e a próxima pode ter um look menos amador.

Pasta no programa Procreate com o desenvolvimento de ideias e testes para a capa e folha de rosto.

Por fim, ainda falta subir o arquivo para brochura e conseguir feedback de leitores, mas meu primeiro objetivo era mesmo conhecer o processo de auto-publicação. A missão foi cumprida, então vou ficar só curtindo meu sucesso por um tempo 😎.

P.S.: Mentira, já estou trabalhando na edição do The Anyones Part II que quero lançar até março de 2025.

Sinopse de The Anyones Part I em Português

E se você descobrisse que pode se transformar em um gato? Mia descobriu, mas tem um porém. Mais de um, para dizer a verdade – como se os desafios normais que toda garota que está entrando na vida adulta tem que passar já não fosse bastante… Ainda bem que ela pode contar com a ajuda de uma família cuidadosa e outras pessoas que estão no mesmo barco. Mas será o suficiente para mantê-la fora de perigo?

Essa trilogia de realismo fantástico começa durante as barulhentas eleições de 1995  na República de Slagmark. Os cidadãos de Slagmark precisam escolher seu novo chefe de estado. Embora política não interesse Mia nem um pouquinho, as paixões políticas – mais acirradas que o usual – tornam-se pessoais para Mia já que a menina mais bonita da escola é filha de um dos candidatos. Ela também é a garota que ameaça arruinar os planos românticos de Mia.

Junte-se a Mia enquanto ela sai de sua vida privilegiada – embora limitada – e descobre que o mundo real é cheio de perigos absurdos, corações partidos dolorosamente, e mais ainda de oportunidades maravilhosas para crescer e amar.
Observe que apesar de se tratar de uma ficção de fantasia urbana, essa estória é sobre humanos e inclui assuntos difíceis como – mas não limitado a – violência, assédio, abuso infantil, homofobia, e racismo. Apesar de não haver descrições detalhadas, parte do conteúdo mostra questões delicadas para algumas pessoas.

Quer saber a estória toda e está com o inglês em dia? Peça seu livro agora na Amazon ou Apple Books e me diz o que você achou 😉.